O Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia. Anteriormente, funcionou como convento. Após um tempo abandonado, passou a funcionar como Seminário Arquiepiscopal. Quando o seminário foi transferido para São Gonçalo, o prédio estava em péssimas condições de conservação, praticamente em ruínas. Felizmente, em 1958, graças a um convênio firmado entre a Universidade, à frente o Reitor Edgar Santos, e a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, foram iniciadas as obras de restauração pelo Serviço de Obras da Universidade Federal da Bahia, sob a supervisão do Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A restauração das obras de arte ficou sob a responsabilidade do Professor João José Rescala. Em 10 de agosto de 1959, por ocasião do IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, foi reinaugurado. Sua administração foi confiada ao historiador beneditino D. Clemente da Silva-Nigra. E assim Salvador ganhou aquele que é, provavelmente, o maior centro de estudos de arte sacra da América Latina, terceiro maior do planeta.
A história do prédio vem do século XVII. Em 1661, chegaram à Bahia monges portugueses da Ordem dos Carmelitas Descalços. Seguiam para Angola, por ordem do Rei de Portugal, com a missão de fundar um convento. Por falta de embarcação que os levasse ao destino, permaneceram em Salvador por oito meses. À falta de acomodações adequadas, decidiram fundar o Convento de Santa Teresa. Para tanto, pediram e obtiveram uma Carta Régia datada de 25 de junho de 1665. A influência renascentista é patente em seu projeto arquitetônico, motivo de admiração e louvor. Destaquem-se a torre do sino e a fachada de traços maneiristas. Numa área total de 8.000m², dos quais 5.250m² construídos para abrigar igreja, sacristia, coro, capela inferior, refeitório, sala de capítulo e biblioteca. No total, 16 salões, 12 salas, 10 celas, corredores, galerias e duas escadarias de pedra com painéis de azulejos do século XVII nas paredes. Para acesso e ventilação, conta com cem portas e 146 janelas. Foi tombado, em 1938,como patrimônio nacional, pelo IPHAN. Em 1985, a UNESCO o declarou Patrimônio da Humanidade.
O Museu conta com um acervo de aproximadamente cinco mil peças, algumas raríssimas. Entre as mais importantes estão as obras em marfim de O Bom Pastor, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Anunciação, e Nossa Senhora com o Menino. Com pinturas executadas por José Joaquim da Rocha e seu discípulo Teófilo de Jesus, o prédio conta belíssimos azulejos representativos dos séculos XVII, XVIII e XIX, sem falar do mobiliário de alta qualidade. O acervo – além de esculturas e pinturas, rica prataria e mobiliário – vem de diversas coleções, de propriedade da Arquidiocese de São Salvador, do Mosteiro de São Bento, da Irmandade do SS. Sacramento do Pilar, do Convento dos Perdões e de diversas igrejas, além da coleção Abelardo Rodrigues.