Próximo à Rodoviária tem acesso facilitado a outras regiões da cidade por estar no Centro, embora os supermercados estejam afastados. Mesmo estando no centro, os quartos em que fiquei não sofriam muito com o barulho das movimentadas ruas. Existem duas entradas e nenhuma delas é adaptada à cadeirantes, um aborrecimento por conta do peso das bagagens que carregava. Apesar do check-in estar marcado para às 15 horas (um exagero), fui “aceito” pouco depois do meio-dia. Solicitei um quarto no alto e atrás – supondo que seria mais silencioso – e fui atendido em parte (foi a única vez que fiquei no 2º andar e mostrei minha insatisfação). Nas estadas seguintes fiquei no último andar. Uma melhora considerável. A TV é tamanho "padrão hotel", mas de marcas diferentes, então algumas tem o acesso dificultado às conexões (HDMI, pen-drive, etc). O receptor da TV à cabo da NET fica no quarto num local adequado, assim pude verificar a programação na tela, escolher o tipo de áudio e legenda, programar o horário da mudança do canal e liberar canal bloqueado por conta do conteúdo, além disso, mesmo o pacote sendo básico, é bem diversificado. Essa é a melhor opção de sintonização. A internet wifi funcionou bem e diria que foi uma surpresa positiva, mesmo o quarto estando numa extremidade. Ainda sim, quanto mais e mais hóspedes vão se conectando, é perceptível a degradação do sinal e, principalmente, da velocidade. Mesmo de madrugada, em alguns dias, não conseguia acesso a determinados sites. Um detalhe importante: diferente de outros hotéis que exigem login cada vez mais complicados, aqui você coloca a senha uma única vez e nas seguintes seu equipamento já é reconhecido pela rede e se conecta automaticamente – ponto positivo. O que não gostei foi que a posição da bancada te deixa de costas para a TV e gosto de trabalhar no notebook assistindo à TV. A iluminação artificial é suficiente, mas poderia melhorar muito nos espelhos que ficam com sombras. Sinal de mesquinharia: poucas tomadas: havia uma sobre a bancada onde liguei o notebook (nos outros quarto já havia outra tomada), outra no meio da cama de casal – numa posição sem muita serventia, onde também ficavam os interruptores de luz, onde era comum aciona-los inadvertidamente durante o sono – e outra no banheiro. Por outro lado, existiam vários quadros de tomadas fechados. Meu carregador de pilhas, que aparece numa foto, por falta de uma tomada melhor, foi colocado no banheiro, numa noite, procurando o interruptor no escuro, acabei por atingi-lo, acabou caindo e quebrando o que me deixou enfurecido. Lugares assim acham que diminuindo o número de tomadas economizam, pois deixam menos opções para o hóspede “gastar” energia. A voltagem é 127 V, gosto de saber essa informação, pois tenho produtos importados que não são bivolt. O local para se pendurar roupas é muito “tumultuado” o que acaba prejudicando. Além do cofre, roupas de cama e banho dividiam o lugar. Melhor seria se houvesse uma outra abertura acima – espaço existe. Mais uma para a mesquinharia: poucos cabides. Em Ribeirão Preto é comum os hotéis disponibilizarem copos de vidro. Cheguei a quebrar um e não me cobraram (deixo claro que me apresentei para ressarcir, o rapaz que estava na recepção, que sempre me tratou muito bem, é que liberou). O ar-condicionado deu trabalho para ligar/desligar. Apesar de ser de uma marca conhecida, nunca encontrei nada tão complicado de usar. O hóspede tem que apertar e manter apertado o botão liga/desliga até ouvir um apito, então você solta o botão e ele liga ou desliga. Só que às vezes nem isso dá certo, pois precisa liberar o botão no tempo exato. Certa vez, “liguei” 3 vezes, apenas para perceber que ele ligava e pouco tempo depois desligava. Por fim subia na cama e ligava diretamente no botão do mesmo. Um aborrecimento desnecessário para o hóspede. Recomendaria nem desligar: quando não quer refrigeração, basta colocar numa temperatura alta, assim ele fica ligado, mas não refrigera. O problema é que quando você retira o cartão ele desliga, mas diferente de parte da aparelhagem, quando você recoloca o cartão ele não religa sozinho. Para piorar, nunca encontrava o ponto ideal de temperatura. Acordava com frio e aumentava a temperatura em 1 grau, depois de um tempo, acordava com calor e baixava a temperatura em 1 grau e assim o sono todo. Tem também ventilador de teto – só não gostei da posição do interruptor (longe da cama) senão usaria mais. Mais mesquinharia: dos 3 controles remotos, 2 já estavam com as pilhas sem carga. Fui reclamar na recepção e não havia pilhas suficientes, pois o resto estava trancado no escritório da gerente – umas pilhas chinesas e ficam guardadas como se fossem ouro. Foi escalado um recepcionista para me acompanhar até o quarto para testar as pilhas nos controles, o que deixou tudo ainda mais claro: “técnicas para dar sobrevida a pilhas fracas”: rola-las, tirar e trocar de lugar, dar uma batidinha... Isso tudo pode dar uma sobrevida a pilha, mas ela continuará falhando até parar completamente por falta de carga. Não me surpreendi porque existiam tantas pilhas fracas. Antes mesmo de chegar ao quarto, saquei o meu tester de pilhas e consegui provar que realmente as pilhas estavam descarregadas. Ele me deu as 2 pilhas novas que tinha e durante a noite usei minhas próprias pilhas no controle que faltara e no dia seguinte peguei outra dupla de pilhas novas. A janela possui blackout e uma cortina opaca e clara que permitiria um clareamento natural do ambiente sem prejudicar a privacidade. Permitiria, pois a cortina clara estava costurada ao blackout, então se movimentava junto com ele, tirando-lhe o efeito prático. O que fez falta, pois existia um prédio atrás mais alto que o do hotel que tirava a privacidade. O mesmo aconteceu quando fui colocado em quartos virados para outros do mesmo hotel. O conjunto permitia ainda a “entrada” de luz, mas mesmo sendo muito sensível, não incomodou. A janela vibrava muito ao vento produzindo muito barulho. Não deixe a janela aberta à noite, pois os terrenos atrás tem um certo ar de abandono e meu quarto encheu de insetos. A adoção de cadeiras de rodinhas com regulagens seria mais confortável e silenciosa. E aqui destaco o “silêncio”. A cadeira é de ferro e muito pesada e faz um barulho enorme quando é arrastada. Como antecipado, fui colocado no 2º de um total de três andares e fui muito prejudicado pela barulheira provocada pelo hóspede do andar superior. Até perdoaria o fato da cadeira ser muito pesada pra levantar, mas o sem-noção passou do limite da falta de consideração. No momento que escrevo essa avaliação, de madrugada, pois não consegui dormir e com o humor bastante alterado. Para agravar a situação o piso do lado de fora do quarto não era carpetado, então, quando alguém passava empurrando ou puxando um carrinho, parecia uma locomotiva, tal o barulho que produzia. Além disso, essa cadeira é bem mais baixa que a bancada, péssima ergonomia para trabalhar no notebook. Pela forma como era utilizado o “protetor de colchão” (na verdade é um pedaço de pano qualquer) que fica “solto” sobre o colchão, era comum, com o movimento à noite, acordar sem que houvesse nada entre mim e o colchão. Alternativamente, por conta desse mesmo movimento, ambos – o lençol e o protetor do colchão - criavam ondulações sob meu corpo deixando-o todo marcado. Era comum acordar e perder tempo de sono pra ficar esticando ambos. Foram noites bem desconfortáveis por conta disso e embora o colchão fosse bom, os travesseiros eram péssimos e acordar com dores era comum. Foi necessário muito Dorflex para aguentar. Como todo hotel destinado à hóspedes de negócios que normalmente ficam pouco tempo e, portanto, carregam pouca bagagem, não existem muitas opções de espaços para se organizar a bagagem e parte fica bagunçado dentro da mala. E por falar em mala, não existe bancada ou armação própria, permanecendo a mesma no chão, em alguns quartos – com camas de solteiro -, mesmo não gostando, fui obrigado a coloca-las sobre a cama, pois não havia espaço no quarto sequer para deixa-las no chão. Em termos de segurança: apenas a tranca da porta que a camareira fez questão de provar, que mesmo com a chave, a porta não pode ser aberta pelo lado de fora. Existe um cofre “trancado” – durante todas as estadas no hotel - que não pude usar??? Além de não usa-lo, como em todo hotel, pareceu-me que a instalação foi improvisada num local que acaba atrapalhando as roupas penduradas. Também faltou o olho mágico. Solicitei uma plaquinha de “Não Perturbe” na recepção, mas não tinham, então tive que improvisar. Eles não imaginam quantos pontos um hotel perde comigo por conta desse detalhe. Preguei uma folha com fita adesiva na porta com os dizeres “Não Perturbe – não preciso de serviço de quarto”. Mais abaixo vou explicar porque essa informação é importante. O frigobar estava abastecido com 3 garrafinhas d’água que deixei intocadas, pois deduzi que não fossem cortesia (acho que essa informação deveria ser dada no check-in). Aqui o mais notório era a quantidade de cabelo em seu interior. Não sou meticuloso com limpeza, mas a sujeira no interior do frigobar chamava a atenção – de novo: no 3º andar a limpeza era bem melhor. Seu funcionamento era eficiente, com exceção de um dos quartos. O banheiro era apertado. Você tem que entrar de lado pelo espaço deixado pela pia e a porta. Obesos terão dificuldades. Na pia fez falta a água quente. Uma cuba minúscula que casava mal com a curta saída de água deixando o chão alagado, pois a água que caía fora da cuba, devido ao ressalto, não era possível empurrar de volta para dentro da pia, escorrendo para o chão. O pior é que prejudica até o asseio, pois uma boa lavagem de mão inclui o antebraço o que é impossível aqui. A área do banho é muito restrita e você fica se debatendo com o box e as paredes. Isso também prejudica o asseio, afinal dificulta esticar para lavar entre as dobras. Uma torneira para água quente e outra para água fria e o aborrecimento de encontrar o ponto toda vez que se usa o chuveiro. Questão de mera higiene: não uso a mesma toalha para enxugar mãos lavadas para alimentação e enxugar o corpo após o banho – mesma linha de pensamento se estende-se ao sabõezinhos -, então achei positivo a quantidade de toalhas: 2 de banho e 1 de rosto + tapetinho. E de amenites: 1 sachê de xampu, 2 sabõezinhos e 1 touca – mais que suficientes para uma curta estada. Mais uma para a mesquinhez: por mais de uma vez tive que solicitar papel higiênico, porque era deixado apenas sobras no banheiro e não era deixado outro para reposição. Num dos quartos tinha bastantes formigas. Além de considerar um inseto imundo, é irritante você deixar parte do corpo sobre uma superfície e de repente você sente algo caminhando em você, além é, claro de sempre perseguirem meu notebook, estarem dentro do copo, etc. Não tenho costume de tomar café, mas como antecipei, no dia que perdi o sono por conta do hóspede de cima, deparei-me com um café cuidadosamente preparado. Devo dizer que acima do padrão de muitos hotéis. E como tinha passado a noite em claro, estava com muita fome e me deliciei. Foi ótimo. A única coisa que destoa do conjunto é o suco em pó, merecia algo natural. Após 8 estadas, o gerente recusou-se a me hospedar. O que é crime. Acusaram-me de entupir o ralo do chuveiro, o que contesto. Não está afastada a possibilidade da camareira ter tentando empurrar a sujeira ralo abaixo e tê-lo entupido. Na verdade, sempre tive desconfianças com relação às camareiras: sempre podem errar e culparem o hóspede, ou simplesmente criminaliza-lo por não gostarem dele. É muito mais fácil do que assumir a própria culpa. Por isso troco de hotéis 2 vezes por semana, fico o máximo de tempo sem limpeza para não permitir que camareiras entrem e fiquem bisbilhotando. Minha maior preocupação, contudo, são as coisas deixadas dentro do frigobar, pois as mais importantes tranco a cadeado na mala. Suspeito de outro motivo para me negarem a hospedagem: viram que eu possuía uma air fryer, inclusive o gerente me disse que o ralo foi entupido pelo refugo desse eletrodoméstico – ele citou nominalmente o aparelho. E sabiam que eu tinha o aparelho, pois o apartamento foi invadido pela camareira: numa das poucas vezes que deixei o quarto, quando retornei ouvi a porta do meu quarto batendo atrás da camareira no momento em que cruzei com ela na “esquina” do corredor. Bateu a porta e andava rápido, pois escutou alguém saindo do elevador, ou seja, tinha plena consciência que o que fazia era errado. Essa camareira não executou serviço em nenhuma das minhas estadas, então não pode nem alegar arrumação – lembrem-se que deixei a placa dizendo para não entrar. Num dia em que me viu saindo do quarto, de forma sorrateira e criminosa, entrou. O STF já pacificou entendimento no sentido de que o quarto de hotel também deve ser entendido como domicílio e está amparado pela garantia constitucional: "A proteção constitucional dispensada ao domicílio, cuja noção conceitual — que é ampla — entende-se, dentre outros espaços privados o aposento ocupado de habitação coletiva (como um simples quarto de hotel)". Sendo assim, comete crime quem adentra o quarto sem a permissão do hóspede ocupante. Não tolero esse tipo de comportamento, com a certeza da invasão, nem fiz questão de discutir, pois não retornaria mais. Hoje tenho 50 anos, desde os 25 moro em hotéis, só “desta vez” já completaram 9 anos que estou morando direto em hotéis, conheci muitos proprietários, gerentes e funcionários que com a amizade falam mais do que deveriam. Por conta disso, hoje tomo certos cuidados: nunca faço uma avaliação de hotel antes de deixa-lo e saber que nunca mais voltarei, foi com funcionários de hotel que descobri como abrir malas com zíperes (pra que precisam saber disso?), dificilmente reclamo de um funcionário, pois sei o que podem fazer, particularmente com o que é deixado no frigobar – inclusive, quando faço isso nas avaliações (reclamo de algum funcionário em particular), os gerentes perguntam porque não relatei isso durante a hospedagem. Bem, tá explicado. E as invasões são muito mais comuns do que se imagina e é, também, muito fácil descobrir se alguém entrou no seu quarto: basta ver o filme Insônia com o Al Pacino, quando o personagem do Robin Williams descobre que tinha alguém dentro de seu apartamento. Já citei vários exemplos de mesquinharia, o que eles não queriam era alguém usando esse eletrodoméstico no hotel, mas precisavam de uma desculpa. Por isso dificilmente me hospedo fora de hotéis de rede. Essa é outra boa dica, que com minha experiência, posso dar: procurem hotéis de uma boa rede. Fui punido pelo crime e desonestidade da camareira e pela mesquinhez da gerência – até ligação de telefone fixo para fixo eles cobram... e não foi barato. Tentei registrar um BO, mas como não possuo endereço fixo, não foi possível. É como disse: sou intolerante com esse tipo de comportamento criminoso.…